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terça-feira, 20 de maio de 2014

   CORDÉIS FOCALIZAM A VIOLÊNCIA NO BRASIL                         
A poesia de cordel continua cantando e encantando gerações no Brasil. Não se deixou abater pela era tecnológica, que oferece recursos  rápido à informação. Recentemente dois cordéis que focalizam a crescente onda de violência no país circulam na capital cearense. O primeiro: FORTALEZA, A CAPITAL DO MEDO, é de autoria do poeta palmaciano, Helder Campos,que destaca em seus versos  a violência no Ceará, focalizando a capital que sediará os jogos da Copa do Mundo. 



"Queria eu falar de paz
De alegria e de esperança
De felicidade plena
Onde existisse a bonança
E que o amor proliferasse
No adulto e na criança.

Infelizmente a verdade
É outra bem diferente
A esperança é forte anseio
Pro povo ficando ausente
E a segurança, um desejo
Pouco a pouco inexistente.

E dentro deste conceito
Embora contra a vontade
A rima deste poeta
Vai falar sobre a cidade
A quinta deste Brasil
Mas de triste realidade.

É bom que se deixe claro
Que esse cenário feroz
Em todo lugar do mundo
É uma sensação atroz
De revolta e de lamento
Que não cala a nossa voz.

Também nosso Ceará
Sofre dessa desventura
Pois qualquer lugar no estado
Vem passando essa amargura
De assaltos e assassinatos
É de fato uma loucura.

(...)Loira do Sol desposada
E também Terra da Luz
A querida Fortaleza
Que a muita gente seduz
De muito tempo prá cá
A violência nos conduz."

    O segundo cordel: A NAÇÃO APAVORADA COM MEDO DA VIOLÊNCIA  é   do poeta e xilógrafo Guaipuan Vieira, piauiense, mas radicado no Ceará. Vieira traça um perfil dessa violência no país, apontando pontos que as autoridades ignoram, que para o poeta são geradores dessa causa.

(...)No país em que o político
É claro tem exceção,
Compõe grupo criminoso
A exemplo do mensalão
Nada de bom oferece
A nossa rica nação.(...)

Este Brasil democrático
Falta ser consolidado
Enquanto não investir
E obter bom resultado
De que sua democracia
Reina respeito ao seu lado.(...)

Vivemos entre o contraste
Reinando a desigualdade,
Entre raça, cor e credo,
E o preconceito que invade
A vida de quem é pobre
Sem lhes dar dignidade.

As condições subumanas
E o desemprego crescente
Além disso, a mendicância,
Sem dúvida a cruel semente
Que germina a violência
No seio de nossa gente.

Nesse contexto se encontra
Aquele menor de rua
Que vive cheirando cola
Na miséria nua e crua
Na violência se engaja
Sem opção continua(...)

A grande periferia
É a classe mais afetada
E o jovem sem incentivo
Pra ter vida bem formada
Sendo fraco vê no crime
A porta de sua estrada."

Os cordéis foram comentados pelo jornalista Nonato Albuquerque, apresentador do programa Barra Pesada, da TV Jangadeiro.

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